Costumo pensar que o melhor da vida é ser livre. Uma vez, ouvi de alguém que devemos pegar as rédeas da nossa vida e direcionar os nossos cavalos. Essa é uma boa definição de liberdade.
Assim que me senti quando fui à Mariana levar as essências florais para as pessoas que estavam passando por aquela tragédia. Livre. Por fazer uma escolha, que não é fácil, e ir. Simplesmente ir. Sem nenhuma experiência, sem conhecer alguém, sem saber no que ia dar e sozinha. Apenas com o desejo de aliviar o sofrimento e estar disponível para o amparo.
Às vezes, as pessoas me olhavam com um misto de espanto e admiração, e eu custava a entender o que elas estavam pensando, porque eu achava aquilo normal, muito simples. Mas sei que não é.
Nada foi fácil, nunca foi como eu realmente queria. Não conseguimos acessar nem ¼ das pessoas que eu sei que precisavam. Mas, cada vez que uma pessoa dizia que estava melhor e me agradecia, eu sentia que estava valendo.
Essa sensação era o meu pagamento. Quem diz que nunca é só pelo outro, está certo. Valeu muito, para mim, estar com essas pessoas durante esse ano. Pessoas lindas! Valeu muito ter feito um trabalho no qual eu acredito e saber que isso é possível, mesmo com todas as limitações.
Valeu muito a companhia valiosa da Daniella, que entrou no barco comigo também sem saber onde ia dar. Pelo mesmo desejo e valores. Por sua força e otimismo! Companheirismo e alegria!
Essa experiência teve um valor inestimável para a minha vida e para o meu trabalho! Usar as essências florais em situações de crise e saber que esse é um recurso que tem resultados imediatos, difíceis de serem obtidos com outros tipos de intervenções. Não apenas para obter um alívio emocional no momento, mas, também, para prevenir transtornos emocionais mais graves.
Muito ainda é necessário fazer nesse campo. Não temos nada delimitado e estruturado nesse sentido, e penso ser isso de importância fundamental. Temos aí uma bandeira a ser levantada!
Sei que esse texto tem um tom de despedida e é isso mesmo. Estamos finalizando esse trabalho, nossa proposta era ir até lá durante um ano. Não nos despedimos das pessoas por lá e nem fizemos um encerramento. Deixamos o campo aberto para o que mais surgir. E nossa disponibilidade para o que mais precisarem.
Lançamos as sementinhas da Terapia Floral naquela região, na forma de gotinhas. Gotas muito especiais! Elaboradas pela nossa querida Sandra com amor e com a força da Mata Atlântica. A sua doação foi a coisa mais importante para mim no início desse caminho! Naquele momento eu senti que realmente não estava sozinha e que estava tudo bem. Foi o amparo que eu precisava para poder amparar.
Houveram muitos momentos especiais. Todos. Pessoas amáveis que nos receberam, pessoas amáveis que recebemos e agradecemos. Pessoas que nos ajudaram e pessoas que apenas cruzaram nossos caminhos, mas deixaram uma alegria.
Agora, restarão as lembranças. Dos rostos, dos olhares, das palavras, das lágrimas e dos sorrisos.
E as bênçãos do Dr. Bach!
Abraços,
Ana Lúcia Pedrozo
Sobre Ana Lúcia Pedrozo
Terapeuta Cognitivo-Comportamental e Terapeuta Floral
Psicóloga formada pela UERJ
Mestre em psicologia pela UFRJ, com o tema Tratamento da Terapia Cognitivo-Comportamental para o Transtorno do Estresse Pós-traumático.
Formação Florais de Bach Healingherbs
Especialização em Terapia Floral HESFA\UFRJ