Em agosto, pela primeira vez em todo esse tempo que visito a região, “por acaso” fui parar em Paracatu de Baixo, uma das comunidades soterradas pela lama. Essa visita não estava planejada, mas me situou ainda mais em relação a gravidade da situação: o que estamos destruindo? O que estamos perdendo? A região, apesar da área atingida, é linda e comovente, verdadeiro paraíso terrestre. E celestial também. O pouco tempo em que estive lá, fez-me sentir em outra dimensão, não fosse a dimensão da realidade me trazer de volta.
Dia 05 de setembro fez dez meses que a barragem do Fundão rompeu e a lama (rejeito) invadiu os rios, as terras e muitas casas, causando mortes e deixando Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo inabitáveis. Muitas coisas aconteceram de lá para cá e muita luta também, mas, infelizmente, as consequências negativas continuam acontecendo, como o aumento do índice de doenças físicas (alergias de pele e respiratória) e mentais (ansiedade, depressão, estafa).
A nossa proposta inicial era fazer um trabalho emergencial e preventivo com as pessoas atingidas por durante um ano e percebo que esse ciclo está começando a se fechar. Ainda não sabemos como isso irá se configurar, alguma continuidade penso ser necessária e possível. Já estamos capacitando algumas pessoas para utilizarem a Fórmula Emergencial Esperança da Ararêtama, para dar continuidade ao trabalho.
Também, o Grupo de Extensão e Apoio em Saúde (GEAS), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), está interessado em nosso trabalho e estamos pensando em algum tipo de parceria. Eles estão fazendo um trabalho informativo e educativo em Barra Longa bem interessante, abrangendo os temas da saúde física (toxidade), saúde mental e doenças sexualmente transmissíveis, e será bem gratificante unir nossas forças.
A Terapeuta e facilitadora Daniella Oliveira, minha companheira nesse trabalho, está apresentando uma proposta para levar o curso de capacitação em Terapia Floral para a região. Isso fecha com o nosso desejo de expandir a Terapia Floral por lá, pois percebo que, tanto as pessoas em geral, quanto os profissionais, têm interesse nas terapias integrativas e complementares. Expandir a Terapia Floral é uma missão para todos os terapeutas, mesmo que de outras formas, como o simples gesto de indicar uma essência.
Então, quando um ciclo se fecha outro se inicia. E desejo que o próximo seja bem fértil. As ideias sementes estão sendo lançadas, nossa vontade firme como a terra, regadas com as essências florais, que fazem o trabalho.
Abaixo na foto a Ilma e a Maria são moradoras de Barra Longa que ficam com a fórmula para dar continuidade ao trabalho quando não estamos lá.
Abraços,
Ana Lúcia Pedrozo
Sobre Ana Lúcia Pedrozo
Terapeuta Cognitivo-Comportamental e Terapeuta Floral
Psicóloga formada pela UERJ
Mestre em psicologia pela UFRJ, com o tema Tratamento da Terapia Cognitivo-Comportamental para o Transtorno do Estresse Pós-traumático.
Formação Florais de Bach Healingherbs
Especialização em Terapia Floral HESFA\UFRJ